terça-feira, 9 de julho de 2019

As ouvidorias e a governança corporativa

Origem da imagem: Special World, Ireland.

No dia 25 de junho, o jornal Valor Econômico publicou muito interessante artigo de Leila Melo, diretora da área jurídica e de ouvidoria do Itaú Unibanco, sobre auditorias. Contemplamos aqui, entre outras, três considerações do citado artigo, as quais nos parecem especialmente importantes. Ao final, apresentamos uma breve reflexão.

Mediação de conflitos com clientes

As ouvidorias têm um papel central na governança corporativa, por acessarem todo o processo de mediação de conflitos, informando à organização sobre sua imagem e o nível de satisfação dos clientes.

Proteção à reputação e de incremento de novos negócios

Criadas com o propósito de intermediar as demandas com os clientes, as ouvidorias têm permitido uma quantidade maior de relatos e a consequente melhoria de processos, produtos e serviços, o que se reflete na reputação da empresa junto à opinião pública e pode incrementar novos negócios.

Agregação de agilidade, menores custos e prevenção de problemas judiciais

Antes dependentes de pesquisas junto aos clientes, as empresas podem ouvi-los com custo muito menor e de forma mais ágil, por meio das ouvidorias. Além disso, de acordo com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), cerca de 98% das demandas de clientes encaminhadas à ouvidoria não chegam ao Poder Judiciário, o que também agrega benefícios para empresas.

Breve reflexão

Os três grupos de vantagens das ouvidorias acima resumidos interessam ao sistema de governança corporativa, contemplando questões como a gestão de conflitos, de imagem e reputação e, de forma mais ampla, da informação recebida de clientes.

Ao mesmo tempo, chamamos a atenção do leitor sobre a importância de que as informações recebidas pelas ouvidorias sejam devidamente organizadas e trabalhadas em dois ambientes: no âmbito dos conselhos fiscais e dos conselhos de administração. 

Em nossa opinião, conselhos fiscais podem, sob o olhar da fiscalização e respeitadas suas atribuições formais, analisar demandas de clientes e fazer recomendações de melhorias em processos, com vistas a aumentar sua segurança. Quando aos conselhos de administração, estes analisarão informações recebidas, inclusive de conselhos fiscais, para propor diversas providências. Inclusive, a análise de novos negócios potenciais.

Mônica Mansur Brandão

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