quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Em foco: o que é estrutura?


Segundo o livro Administração de Empresas: uma abordagem contingencial, de autoria do professor Idalberto Chiavenatto (2006), a estrutura é um instrumento administrativo que resulta da identificação, análise, ordenação e agrupamento das atividades e dos recursos das empresas, incluindo o estabelecimento dos níveis de alçada e dos processos decisórios, visando alcançar objetivos estabelecidos pelos planejamentos das empresas.

No artigo Estrutura organizacional: como ela contribui para um modelo de gestão sustentável? (Revista RI, novembro de 2018), Maria Aparecida Hess Loures Paranhos e Mônica Mansur Brandão consideram a estrutura como sendo o mapa de poder da organização. A palavra poder, segundo as autoras, abrange os poderes de decidir e realizar, em prol dos objetivos estratégicos da organização, indo além, portanto da ideia de organograma e de concentração de poder em mãos das pessoas.

Grupos empresariais, especificamente, podem ser estruturados de distintas formas. Um dado grupo pode ter uma ou mais holdings, empresas que concentram participações em outras empresas, podendo também ter atividades operacionais. Holdings podem ter variadas configurações: piramidal (a holding 1 controla a holding 2 que controla a holding 3 que controla a holding 4), estelar (a holding 1 controla as holdings 2, 3 e 4) ou combinando esses dois formatos.

Empresas vinculadas a holdings ou não podem ser estruturadas de várias maneiras, criando-se a própria empresa ou suas áreas constituintes com base em elementos como:

1 – Segmentos de mercado (exemplos: masculino, feminino, infantil e outros).
2 – Linhas de produtos e serviços (exemplos: farmacêuticos, químicos, têxteis e outras).
3 – Áreas geográficas (exemplos: região centro, norte, sul, leste, oeste e outras alternativas).
4 – Processos (exemplos: governança corporativa, planejamento, finanças, recursos humanos e outros);
5 – Etapas de processos (exemplos: corte, montagem, estamparia e outras).
6 – Funções (exemplos: logística, produção, marketing, serviços e outras).
7 – Matrizes, com equipes trabalhando sob distintos comandos (exemplos: comitês interdepartamentais).
8 – Modalidades acima combinadas.

As melhores alternativas de estruturar grupos empresariais e suas empresas, empresas sem vinculação a um grupo empresarial e as demais organizações da economia dependem da situação que se considera. Fatores como estrutura societária (sócios), tributos e aqueles supracitados serão elementos a considerar na estruturação dessas organizações.

Ponto de atenção: algumas estruturas podem nascer por imposição da legislação e da regulamentação vigentes e/ou pela necessidade de alinhar a organização às práticas requeridas pelo mercado. São exemplos dessa consideração a governança corporativa, a sustentabilidade e a gestão de riscos. A criação de conselhos de administração e fiscal, bem como de comitês do conselho de administração, são exemplos do estabelecimento de estruturas para melhorar o governo de sociedades anônimas e outras organizações. O mesmo se pode dizer sobre a criação de áreas e comitês dedicados à gestão da sustentabilidade e de riscos.

Por fim, não existem apenas as estruturas formais, existindo também as informais, baseadas no poder pessoal que algumas pessoas podem ter nas organizações, as quais devem ser identificadas pelos gestores formais. Estruturas informais podem surgir em função do conhecimento profundo que um profissional possa ter sobre um determinado tema, em decorrência de suas relações de poder internas ou externas ou mesmo por características pessoas intangíveis do ser humano, como uma boa capacidade de empatia e comunicação. Estruturas informações serão positivas? Sim, se puderem servir aos objetivos estratégicos organizacionais; se, entretanto, o oposto se verificar, elas devem ser eliminadas ou neutralizadas.