sábado, 1 de junho de 2019

Brumadinho: CPI do Senado e suas dificuldades com depoentes

@Fernanda Lingabue / Greenpeace

Nos dias 14 e 16 de maio, a CPI do Senado, que investiga o rompimento da barragem do Córrego de Feijão, em Brumadinho, ouviu funcionários da Vale S/A, proprietária da barragem rompida. No dia 16, foi ouvido o gerente operacional do complexo da Vale, Rodrigo Melo, o qual afirmou desconhecer as causas do rompimento da barragem.

A CPI interrompeu os depoimentos que seriam dados no dia 21 de maio. A senadora Rose de Freitas (Pode-ES), presidente da Comissão, alegou falta de colaboração dos depoentes na CPI do Senado. Em matéria sobre as dificuldades da CPI, o jornal Folha de São Paulo apontou estas e outras dificuldades.

No dia 23, entretanto, a CPI se reuniu para ouvir três convocados: o engenheiro Arsênio Negro Júnior, auditor da Tuv Sud, consultoria de origem alemã que certificou a segurança da barragem rompida, o geólogo César Augusto Paulino Grandchamp e o engenheiro Felipe Figueiredo Rosa, executivo da área de Recursos Hídricos da Vale.

Grandchamp negou conhecer o risco de rompimento da barragem de Córrego do Feijão. Rocha afirmou ter sido feita uma apresentação para a Vale sobre os riscos de barragens, na qual a barragem rompida foi citada. Quanto ao empregado da Tuv Sud, este ficou em silêncio, amparado por habeas corpus. Mantendo a postura de outros convocados da Consultoria em trabalhos anteriores da CPI.

O silêncio do representante da Tuv Sud irritou senadores. A senadora Juíza Selma (PSL-MT) fez várias perguntas ao mesmo, todas ignoradas. Ela questionou se a Vale estaria pagando o engenheiro pelo seu silêncio e ele negou; o senador Jorge Kajuru também fez questionamento nesse sentido.

No presente momento, de acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, o rompimento da barragem de Brumadinho tem confirmados 236 mortos e 34 desaparecidos, totalizando potenciais 270 vítimas.