sábado, 29 de junho de 2019

Brumadinho: CPI do Senado se aproxima do fim e demais avançam

Isac Nobregra / PR

CPI do Senado: relatório será apresentado no dia 2 de julho

De acordo com o site do Senado, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) responsável por investigar o rompimento da barragem da Vale S/A em Brumadinho (MG) será apresentado pelo senador Carlos Viana (PSD/MG), relator da CPI, no dia 2, terça-feira. A votação do relatório está prevista para o dia 9 de julho.

Deverá ser pedido o indiciamento de 14 pessoas, entre executivos da Vale e outras. O relatório ainda sugerirá a votação de três projetos versando sobre crimes ambientais, segurança de barragens de rejeitos e tributação da atividade mineradora no Brasil.

O relatório da CPI do Senado deverá ainda propor a extinção das barragens de resíduos no prazo máximo de 10 anos e também tratará do pagamento de indenizações a pessoas atingidas.

CPI da Câmara: em sua fase final

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, mesmo tendo iniciado seus trabalhos posteriormente à CPI do Senado, encontra-se na fase final de seus trabalhos. Recentemente, ouviu o depoimento de empregados da Vale, os quais trabalhavam próximos da barragem rompida no município de Brumadinho.

Segundo matéria da Jovem Pan, um dos empregados ouvidos pela CPI, Fernando Henrique Barbosa, afirmou que seu pai, morto no desastre o orientou a ficar em parte mais alta, já que a barragem seria uma “bomba” prestes a estourar. O empregado não teria dado maior atenção às palavras de seu pai, questionando se os engenheiros não estariam a par do risco. Segundo o depoente, seu pai afirmou que sim, ele tinha alertado sobre o risco de a barragem se romper.

De acordo com a matéria, a CPI da Câmara defende sete propostas, incluindo a criação e a tipificação do crime de “ecocídio”, atingindo a fauna, a flora e bacias hidrográficas, podendo fazer vítimas fatais. O ecocídio não eliminaria a responsabilização por crime de homicídio. Os deputados que integram a CPI aguardam informações sigilosas sobre laudos periciais relativos à segurança da barragem rompidas; além disso, outras convocações de depoimentos deverão ocorrer.

CPI da Almg: em curso, com 12 reuniões até o momento

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais já realizou 12 reuniões até o momento. As duas últimas reuniões ocorreram nos dias 24 e 27 de junho e os deputados participantes tomaram depoimentos de várias pessoas.

Na reunião do dia 27 (quinta-feira), o representante de uma empresa de engenharia e tecnologia, a qual presta serviços para a Vale, afirmou que em caso de rompimento da barragem rompida, a comunidade teria apenas um minuto para deixar a área sob risco. A Companhia, segundo o depoente, conhecia essa informação.

Na reunião do dia 24 de junho (segunda-feira), outros depoimentos foram tomados. Dois empregados da Vale divergiram sobre os horários de detonação de explosivos na cava da mina do Córrego de Feijão, no dia em que a barragem se rompeu. Em nota, a Companhia enfatizou que não ocorreu detonação nas minas Córrego do Feijão e Jangada antes de a barragem se romper.

Fontes e leituras recomendadas: