sábado, 16 de novembro de 2019

Brumadinho: Paralisação de sistema de captação de águas do rio Paraopeba deixa BH sob risco


Por determinação judicial, egressa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a Copasa suspendeu as obras da nova captação de água do Rio Paraopeba, em Brumadinho. O desembargador Oliveira Firmo, do Tribunal de Justiça, tornou inválida a liminar que autorizava a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copa) a entrar em propriedades particulares para fazer obras.

Iniciadas após quase dois meses de atraso, as obras do novo sistema de captação foram paralisadas no dia 15 novembro, sexta-feira. A decisão judicial atendeu ao pleito dos proprietários de uma fazenda, que não entraram em acordo sobre a desapropriação da área a ser usada nos trabalhos. As obras do novo sistema de captação estão sob responsabilidade da Copasa e o seu pagamento é responsabilidade da Vale.

A nova captação se tornou necessária em função da contaminação do rio Paraopeba pela lama tóxica egressa do rompimento da barragem de Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro deste ano. No desastre, 254 pessoas que perderam suas vidas foram identificadas e outras 16 seguem desaparecidas. Estes números totalizam 270 vítimas. Além das vítimas humanas, o desastre ambiental comprometeu a água do rio Paraopeba e a captação existente de água no rio teve que ser descontinuada.

O novo sistema de captação, que estava sendo construído 12 quilômetros acima da área atingida pela lama, é fundamental para que a capital Belo Horizonte não tenha problemas de desabastecimento. De acordo com o médico e ambientalista Apolo Heringer, a região metropolitana da Capital é abastecida por dois sistemas, Rio das Velhas e Paraopeba.

O ambientalista Apolo Heringuer também alerta que acima do Rio das Velhas, barragens de mineração nos municípios de Ouro Preto, Itabirito, Rio Acima e Nova Lima apresentam problemas e riscos de rompimento. Um rompimento pode tornar o Rio das Velhas inutilizado para captação de água.

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