quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Quem foi Ronald Coase?


Ronald Harry Coase (29/12/1910 - 2/9/2013) foi um economista e professor britânico, com origem na classe trabalhadora, que desenvolveu diversos trabalhos sobre o sistema capitalista e por eles teve grande reconhecimento, em âmbito global. Foi agraciado, em 1991, com o Prêmio Nobel de Economia, especialmente em função de trabalhos como A teoria da firma e O problema do custo social. Seu livro The firm, the market and the law (A firma, o mercado e o direito) foi traduzido para a língua portuguesa em 2016, tendo sido publicado no Brasil pela Forense Universitária.


Em sua teoria da firma, Coase tenta explicar a razão pela qual as firmas existem e propõe que a existência dessas estruturas é necessária para reduzir custos de transação na economia. Os custos de transação são os custos associados aos contratos, existindo antes e após estes serem firmados. No primeiro caso, trata-se dos custos de firmar o contrato entre as partes, envolvendo todos os esforços para que o acordo seja o melhor possível (custos ex ante); no segundo caso, dos custos associados a eventos imprevistos que podem acontecer e penalizar as partes (custos ex post, em geral, maiores do que os custos ex ante).

Assim, segundo Ronald Coase, uma firma é uma estrutura que, por meio de contratos de trabalho de longo prazo com empregados, procura evitar os custos de contratar e descontratar pessoas a cada momento em que o trabalho seja necessário. Sem a criação da firma, a contratação e descontratação de prestadores de serviços seria economicamente insuportável para a economia.

A teoria da firma de Coase é uma das referências mais importantes para o estudo da governança corporativa, especialmente no contexto da chamada Economia institucional, que tem embasado trabalhos de pesquisadores ilustres, a exemplo de Douglass E. North, agraciado com o Prêmio Nobel de Economia de 1993. Por meio do conceito de custos de transação, é possível melhor entender as bases da governança corporativa, especialmente no modelo financeiro e no modelo político de governança corporativa (political model). Esses modelo têm relação com o conceito de custos de transação.