sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Moody’s rebaixa BM&FBovespa e bancos após rebaixamento de rating do Brasil


A Moody’s, agência de avaliação de crédito de países e empresas, rebaixou, na quarta-feira (12), o rating de 12 bancos brasileiros e da BM&FBovespa. Rating, no sentido empregado pela Moody’s, é a denominação da classificação de risco relativa à qualidade de crédito. No mercado financeiro, um bom rating funciona como um “certificado de segurança” que as agências de classificação fornecem sobre organizações que elas consideram com baixo risco de “calotes” a investidores.

Os bancos avaliados pela Moody’s alterando a sua classificação foram: Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal, Santander, Banco Safra, HSBCBrasil, Citibank, ING Bank N.V., Banco Alfa de Investimento e Banco Mizuho do Brasil. Foi também rebaixada a BM&Bovespa.

Em nota, a agência afirmou: “Apesar da perspectiva positiva da maioria dos bancos afetados, suas notas podem enfrentar pressão adicional de baixa se o ambiente operacional do Brasil se deteriorar mais profundamente que o esperado, resultando em aumento substancial da inadimplência e dos custos de crédito e/ou em declínio da lucratividade e dos níveis de capitalização”.

As perspectivas das instituições, que eram negativas, foram definidas como estáveis. O rebaixamento foi realizado após a nota de risco do Brasil ter caído de Baa2 para Baa3. 

Por que é possível que a nota de crédito da BM&FBovespa seja rebaixada? Pode haver consequências desse rebaixamento para as empresas que possuem vínculo com a mesma?

A BM&FBovespa, a Bolsa de Valores brasileira, reflete – considerando aqui o seu caráter de empresa remunerada pelas movimentações do mercado de ações e outros títulos nacionais -, o status da economia brasileira, também refletido, em grande medida, nas próprias cotações das ações.

Assim, o rebaixamento das empresas citadas - BM&FBovespa incluída - se torna consequência e, não, causa primária desse status. Secundariamente, tal rebaixamento pode realimentar a percepção de risco dos agentes? Para as empresas citadas, não é possível afirmar, a menos que existam evidências sólidas, que se cria uma espécie de círculo vicioso negativo para as empresas e a economia.