sexta-feira, 29 de junho de 2018

Quais são as principais funções e instrumentos de governança corporativa?


Governança corporativa, a condução das atividades organizacionais, ou seja, a administração vista sob a perspectiva da cúpula da organização, corresponde a um sistema de coordenação de atividades organizacionais, com um conjunto de funções que buscam sucesso e longevidade em objetivos e metas estratégicos.  

Quais seriam tais funções? Relacionamos, neste breve artigo, as 10 seguintes, não exaustivas, sempre consideradas sob o ângulo da cúpula da organização:

1) Guarda de padrões éticos e valores organizacionais.
2) Definição, implantação e monitoração da estratégia.
3) Gestão da sustentabilidade e de riscos.
4) Relacionamento com stakeholders.
5) Produção de informações para stakeholders.
6) Fiscalização e controle de informações relevantes.
7) Gestão de grandes questões legais.
8) Gestão de grandes questões regulatórias.
9) Sucessão corporativa.
10) Estabelecimento de políticas e práticas de governança.

Há um amplo conjunto de instrumentos organizacionais que operam (precisam operar) de forma conjunta e interligada visando operacionalizar, na prática, as funções supracitadas, entre os quais: 

1) Códigos de conduta ética e mecanismos de avaliação e tratamento de condutas.

2) Conselho de administração e fiscal que se aprofundem no conhecimento sobre a empresa, em suas respectivas de atuação e sem conflito entre si.

3) Comitês do conselho de administração que façam uma boa ponte entre esta instância e a diretoria executiva.

4) Secretarias de governança corporativa que ajudem a organizar as atividades dos conselhos e dos comitês supracitados.

5) Políticas, práticas e processos de governança corporativa, preferencialmente considerando as melhores referências que existirem no mercado e os melhores reportes possíveis aos públicos stakeholders.

Parte do sistema de governança é imposta pela legislação vigente (como a Lei das Sociedades Anônimas, 6.404 de 15/12/1976 e suas atualizações, além de outros instrumentos legais); parte, pelas regulamentações dos mercados financeiros e de capitais, e parte, pela própria organização. 

Se por um lado o sistema de governança corporativa é povoado por poucas pessoas, entre conselheiros, presidentes, diretores e alguns especialistas com acesso às discussões e decisões, por outro lado, as políticas, práticas e decisões oriundas do ambiente de governança permeiam toda a organização, abrangendo desde o seu principal dirigente até o colaborador posicionado geográfica ou administrativamente mais longe das decisões. O comando vem de cima, por mais democracia que exista no processo decisório, mas os as conseqüências perpassam toda a organização. 

Por fim, sendo a governança corporativa um sistema de governo organizacional, ela pode ser visualizada como a administração da cúpula organizacional, com funções cruciais, suportadas por instrumentos que devem ser eficazes e permanentemente melhorados.

Mônica Mansur Brandão