sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Em foco: o que é o Acordo de Paris?


Em 12 de dezembro de 2015, a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21) resultou na aprovação de um acordo histórico, envolvendo 195 países, incluindo União Europeia, Estados Unidos, Brasil, Rússia, Índia e China: o Acordo de Paris, cujo propósito é manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2 graus centígrados em relação aos níveis pré-industriais, preferencialmente da ordem de 1,5 graus centígrados. 

O estabelecimento de uma meta global foi o possível de ser acordado entre os países, já que o Acordo de Paris não tem força de lei para impor metas para cada país. Mesmo assim, segundo o Acordo, que passará a valer a partir de 2020 (quando o Tratado de Kyoto deixará de vigorar), os países participantes terão que cumprir as metas que propuserem para combater as mudanças climáticas. 

Entre os dispositivos previstos Acordo de Paris, destacam-se, de forma resumida:

1)      A obrigatoriedade de que os países:

Aprofundem ações para implementar o desenvolvimento sustentável e melhor lidar com os impactos do aquecimento.

Definam metas ambiciosas de emissões de GEE’s.

Ampliem suas metas a cada cinco anos.

Registrem suas emissões de GEE’s, prestando conta dos resultados de seus esforços.

2)      A possibilidade de que os países:

Contabilizem  reduções de emissão de GEE’s fora de seus territórios, se elas derivarem do comércio de carbono legalmente constituído.

Compartilhem conhecimento, tecnologias, práticas, experiências e lições aprendidas, visando o alcance de metas.

Os representantes dos países que participaram da construção do Acordo de Paris reconheceram que o ideal é que a meta global inicialmente citada seja alcançada o quanto antes, mas que os países emergentes terão maiores dificuldades no cumprimento de suas metas específicas. Será importante que os países desenvolvidos ajudem os emergentes, por meio de financiamentos. Os países também reconheceram a necessidade de uma abordagem que leve em consideração a participação, a transparência e a existência de grupos vulneráveis.

Infelizmente, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou  em 1 de junho de 2017 a saída de seu país do Acordo de Paris, entendendo que a iniciativa traz desvantagens para os EUA, beneficiando outros países. Trump também prometeu interromper ações onde isso por legalmente possível. Com essa decisão, o número de integrantes do Acordo de Paris se reduz para 194. Mesmo com a decisão do presidente, grandes empresas, estados e prefeituras poderão investir em medidas para cooperar com a redução das emissões de GEE’s.

Com respeito ao Brasil, o País assumiu o compromisso de reduzir em 37% suas emissões de GEE’s até 2025, e em 43% até 2030; em ambos os casos, considerando como referência o valor registrado em 2005 para as emissões.