A palavra stakeholder é consideravelmente usada na literatura acadêmica e de negócios e corresponde à junção das palavras stake (participação) e holder (detentor), referindo-se a detentores de participações, no sentido de interesses, de um empreendimento. Neste breve artigo, trata-se esse vocábulo como sinônimo das expressões públicos estratégicos e públicos relevantes.
Os stakeholders
de organizações têm sido abordados por vários estudiosos. O filósofo Robert
Edward Freeman, por exemplo, autor do livro Strategic Management: a stakeholder
aproach (1984), identifica os grupos de stakeholders
de uma corporação, descrevendo e recomendando métodos para contemplar os interesses
desses grupos.
Já Max B. E. Clarkson, no artigo A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate performance (Academy of Management Review, jan/1995) considera os stakeholders a partir de uma ampla pesquisa realizada por meio de 78 estudos de campo sobre desempenho social corporativo, ao longo do período 1983-1993. O artigo citado define os termos seguintes:
1) Stakeholders são pessoas ou grupos que têm ou reivindicam propriedade, direitos ou interesses em uma corporação e em suas atividades passadas, presentes ou futuras. Os direitos ou interesses citados resultam de transações ou de ações corporativas, e podem ser legais ou morais, individuais ou coletivos. Stakeholders com interesses, reclamações ou direitos podem ser classificados em grupos como empregados, acionistas, clientes e assim por diante.
2) Stakeholders primários são aqueles sem cuja participação contínua a corporação não sobrevive sem sérios problemas. Tipicamente, compreendem acionistas e investidores, empregados, clientes e fornecedores, em conjunto com o grupo stakeholder público - os governos e as comunidades, que oferecem infraestruturas e mercados, cujas leis e regulamentações devem ser obedecidas e cujas taxas e outras obrigações devem ser pagas. Há elevado nível de interdependência entre a corporação e os grupos de stakeholders primários.
3) Stakeholders secundários são aqueles que influenciam ou afetam, ou são influenciados ou afetados pela corporação, não sendo, porém, essenciais à sua sobrevivência. A mídia e uma ampla faixa de grupos de interesse são considerados stakeholders secundários. Eles têm a capacidade de mobilizar a opinião pública a favor ou contra o desempenho corporativo. Embora a sobrevivência da organização não dependa desses grupos, os mesmos têm potencial para causar estragos significativos à mesma.
Segundo Clarkson, a corporação pode ser definida, portanto, como um sistema de grupos de stakeholders primários, ou seja, como um conjunto complexo de relacionamentos entre grupos com diferentes direitos, objetivos, expectativas e responsabilidades. Nessa perspectiva, a sobrevivência e a continuidade da corporação depende da habilidade dos seus administradores de criar riqueza, valor ou satisfação suficiente para os grupos de stakeholders primários.
Feitas essas considerações, pergunta-se: a quem uma empresa deve servir, aos seus proprietários ou aos seus stakeholders primários?
Responder a essa pergunta requer aprofundar as teorias da governança corporativa, entre as quais destacamos uma primeira mais associada à visão financeira da empresa – o simple finance model - e uma segunda, associada, precisamente, ao reconhecimento da existência dos stakeholders – o stakeholders model. Essas perspectivas merecem uma reflexão à parte.
Já Max B. E. Clarkson, no artigo A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate performance (Academy of Management Review, jan/1995) considera os stakeholders a partir de uma ampla pesquisa realizada por meio de 78 estudos de campo sobre desempenho social corporativo, ao longo do período 1983-1993. O artigo citado define os termos seguintes:
1) Stakeholders são pessoas ou grupos que têm ou reivindicam propriedade, direitos ou interesses em uma corporação e em suas atividades passadas, presentes ou futuras. Os direitos ou interesses citados resultam de transações ou de ações corporativas, e podem ser legais ou morais, individuais ou coletivos. Stakeholders com interesses, reclamações ou direitos podem ser classificados em grupos como empregados, acionistas, clientes e assim por diante.
2) Stakeholders primários são aqueles sem cuja participação contínua a corporação não sobrevive sem sérios problemas. Tipicamente, compreendem acionistas e investidores, empregados, clientes e fornecedores, em conjunto com o grupo stakeholder público - os governos e as comunidades, que oferecem infraestruturas e mercados, cujas leis e regulamentações devem ser obedecidas e cujas taxas e outras obrigações devem ser pagas. Há elevado nível de interdependência entre a corporação e os grupos de stakeholders primários.
3) Stakeholders secundários são aqueles que influenciam ou afetam, ou são influenciados ou afetados pela corporação, não sendo, porém, essenciais à sua sobrevivência. A mídia e uma ampla faixa de grupos de interesse são considerados stakeholders secundários. Eles têm a capacidade de mobilizar a opinião pública a favor ou contra o desempenho corporativo. Embora a sobrevivência da organização não dependa desses grupos, os mesmos têm potencial para causar estragos significativos à mesma.
Segundo Clarkson, a corporação pode ser definida, portanto, como um sistema de grupos de stakeholders primários, ou seja, como um conjunto complexo de relacionamentos entre grupos com diferentes direitos, objetivos, expectativas e responsabilidades. Nessa perspectiva, a sobrevivência e a continuidade da corporação depende da habilidade dos seus administradores de criar riqueza, valor ou satisfação suficiente para os grupos de stakeholders primários.
Feitas essas considerações, pergunta-se: a quem uma empresa deve servir, aos seus proprietários ou aos seus stakeholders primários?
Responder a essa pergunta requer aprofundar as teorias da governança corporativa, entre as quais destacamos uma primeira mais associada à visão financeira da empresa – o simple finance model - e uma segunda, associada, precisamente, ao reconhecimento da existência dos stakeholders – o stakeholders model. Essas perspectivas merecem uma reflexão à parte.