sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Em foco: o que é risco?


Risco é a possibilidade de que um determinado resultado ser diferente daquele que se previu. Em tese, o resultado pode ocorrer acima ou abaixo do que se espera, mas o foco costuma ser o resultado a menor e desfavorável a quem investiu recursos e/ou expectativas em um resultado. Em finanças, aquele que faz um investimento e assume um risco, faz jus a um retorno que compense o risco incorrido, o que significa que quanto maior o risco, maior o retorno esperado.

Sob o ponto de vista de uma organização empresarial, o risco pode ser avaliado sob dois ângulos: a visão interna, de quem administra o negócio e conhece a fundo suas especificidades – os públicos insiders – e a visão externa, daqueles que observam e avaliam a empresa, por distintos motivos, a partir de informações por ela produzidas, como outsiders. Note-se que os públicos externos dependem, fundamentalmente, dos públicos internos para fazerem suas avaliações e, portanto, transparência é fundamental para os outsiders.

Iniciando pelo ângulo interno, sócios e administradores de empresas devem considerar os riscos de seus negócio em três momentos: nas fases de análise, implantação e operação de cada negócio, conforme representado no quadro seguinte:


O quadro seguinte apresenta, de forma sintética, orientativa e não exaustiva, os significados dos riscos apresentados:


Parte dos riscos anteriores pode ser mitigada pela ação dos administradores e parte não será, pois nem tudo está ao seu alcance. Há várias alternativas para lidar com riscos no âmbito de uma empresa, já que em distintas situações, eles poderão ser transferidos ou reduzidos, ainda que nem sempre. Exemplificando: no caso do risco de performance de operação, falhas de processo ou fabricação e fraudes podem ser reduzidas por meio de sistemas de controle melhor estruturados. Já no caso do risco de mercado, o acompanhamento acurado do que ocorre no ambiente externo e o aprimoramento de produtos de serviços com redução de custos (em algumas situações, cobrando mais pelos mesmos) pode favorecer a criação de vantagens competitivas importantes em relação à concorrência.


Riscos devem ser mapeados e informados a investidores dos mercados de capitais, para que estes tomem decisões de investimento. Além disso, há uma dimensão importante dos riscos a ser considerada pelos administradores de uma empresa: a perda a ele associada e sua probabilidade de ocorrência. Dessa forma, o risco de um evento pode ter variadas combinações de perda e probabilidade de ocorrência e o pior dos mundos é o risco elevado com probabilidade elevada de ocorrer.


Sob o ângulo de um observador externo, a análise pode ser feita por múltiplos agentes e para distintos objetivos: investidores em ações, emprestadores de recursos, agências reguladoras e outros, com distintas metodologias. No caso dos investidores em ações, estes enfrentam dois tipos de riscos: os não sistemáticos (associados a cada ação), que podem ser mitigados pela diversificação de suas carteiras de ações, e os sistemáticos ou de mercado (para todas as ações), medidos pela fator beta, usado para estimar o custo de capital próprio. Queda no Produto Interno Bruto (PIB), crises políticas e insegurança jurídica são exemplos de eventos que associados ao risco de mercado, afetando as empresas da economia.