Uma holding – palavra egressa do inglês to hold, que significa deter, manter – pode ser entendida sendo como uma sociedade empresária que
abriga outras sociedades empresárias, com finalidades econômicas, entre outras, que fazem sentido para aqueles que a
criaram.
Quais finalidades podem ensejar a criação de uma holding? Neste artigo, resumimos a resposta em dois grupos de finalidades, não isoladas entre si, pois uma holding pode ter ambas:
Ligadas à administração de negócios
Sob o
prisma administrativo, o qual também pode interessar a pessoas e famílias, as holdings
ampliam a visão sistêmica dos negócios, criam sinergias entre os mesmos, favorecem
a mitigação corporativa de riscos, prestam serviços às subsidiárias de um grupo
empresarial e muito mais.
Ligadas a pessoas e famílias
Pessoas físicas e suas famílias podem abrigar ativos (sociedades empresárias) em holdings, por entenderem que isso é mais conveniente sob o prisma de sua gestão patrimonial e segurança patrimonial.
Quais podem ser as tipologias de holdings?
Uma
informação importante sobre as holdings é que elas existem sob
diferentes tipologias, podendo ser criadas por pessoas, famílias e/ou empresas, ser
de participações (sem atividade operacional, ou seja, uma holding pura), com atividades operacionais, ter capital
aberto ou fechado, e ainda, formato estelar (a holding é controlada por
várias holdings e controla, por sua
vez, outras holdings) ou piramidal (a
holding A controla a holding B
que controla a holding C, em cadeia).
Um bom exercício para alunos é procurar entender o desenho de grandes grupos empresariais, com base em diagramas disponibilizados pelos mesmos na internet, especialmente em sites de Relações com Investidores.
Quais são as funções típicas de holdings administrativas?
Adicionalmente,
são funções típicas de holdings (em ordem alfabética): aquisição de ativos,
auditoria, comunicação social, conselho de administração e seus comitês e
conselho fiscal, controladoria em âmbito nacional e internacional (subsidárias
em países estrangeiros), finanças corporativas, jurídico, logística, suprimentos,
meio ambiente, planejamento e gestão da estratégia, recursos humanos, relações com
investidores, tecnologia geral e tecnologia de informação entre outras.
Como uma holding cria valor econômico?
Consideremos uma empresa holding criada
visando à administração de um conjunto de negócios. Como ela pode ajudar a
criar valor econômico? Exploramos essa questão
em termos simples, na linha adotada pelos professores Roberto Kaplan e David
Norton em seu livro Alignment (2006):
ela precisa criar sinergias.
Para
compreender o dito acima, acompanhemos o raciocínio seguinte, para uma Holding H que abriga três empresas, E1,
E2 E E3:
Esta é,
portanto, a chave da gestão da estratégia de uma holding ou estratégia
corporativa: criar sinergias e, portanto, valor econômico. Notemos que a
existência da Holding H, mesmo tendo imposto uma despesa aos sócios, mais do que compensou a despesa criada. Por
quê? Porque esta Holding trabalhou
bem e criou sinergias entre as empresas E1, E2 e E3.
Como se pode criar sinergias?
Existem
inúmeras alternativas que favorecem a criação de sinergias entre empresas:
administração otimizada de participações em todas as suas etapas, busca de
acesso comum a fontes de financiamento de baixo custo, compartilhamento de processos e recursos operacionais,
gestão superior de pessoas e de conhecimento são exemplos que não esgotam o rol
de possibilidades.
Holdings podem ser menos valorizadas do que empresas que elas abrigam?
Infelizmente,
para seus criadores, as holdings
podem sofrer uma desvalorização nos mercados acionários: o preço de suas ações
pode ser inferior ao valor total das ações de empresas sob elas abrigadas, conforme
atestam exemplos do mundo real. Assim, ressaltamos aqui o papel das áreas de relações com investidores das holdings
com ações em Bolsa de Valores: elas têm o desafio de demonstrar aos
investidores como a holding cria maior valor do que a despesa que impõe
pelo fato de existir.
Mônica Mansur Brandão
Atualizado em 16/8/2025